Um quarto de século

“Porque o tempo, o tempo não para...”

25 anos. 1984 parece distante, mas eu sinto tão fresco tudo que passou. Canelas roxas e joelhos ralados, galinha caipira com polenta na casa do vovô Zé, cartinhas para amigas e amores, verões em Marataízes, festas de Cachoeiro. Nada volta, nada se vai. Tudo tem cheiro de paz e gosto de vida pura e leve.

Eu me sinto bonita vestindo nostalgia. Porque faz tão bem lembrar. O que foi ruim, ensina. O que foi bom, afaga a alma. Aniversariar e aprender deveriam ser sinônimos, já que cada celebração traz consigo muitas marcas e lições.

25 anos. Tanta coisa por vir e muitas deixadas pra trás. O meu pequeno Cachoeiro, antes lar, virou estalagem, um lugar para visitar. Ali eu sou criança, turista e filha. Hoje vivo, alegre, em um porto, onde pessoas vão e vem sem parar. Um lugar em que desenhei com lápis de cor minha própria família, o meu lar, um mundo novo. Casei-me com o amor da minha vida, pelo qual tanto batalhei, alguém que me acaricia com um olhar. Tenho amigos maravilhosos - longe e perto. Trabalho num lugar que tem a minha cara, onde sinto um estresse diferente, até prazeroso. Estou feliz e realizada, ousaria dizer.

Daqui a 25 anos? Deus ainda está montando o cronograma. E eu confio n’Ele. Só tenho a agradecer pelo que ganhei até aqui e pedir, talvez, alguma sabedoria para um viver simples, igual ao que me trouxe até aqui.

“Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para...”